sábado, 7 de julho de 2012

Bitch's POV.

Você é uma droga, sabia? Eu sou uma droga. O mundo é uma droga.

Eu sou um monstro, daqueles que tira doces de crianças e as faz chorar. Eu sou um maldito monstro tirando o doce de você. Só não chora, tá bem? Eu não suportaria. Monstros devem ter coração também. Ou não.

Vadias devem ter coração. Que merda. Eu to aqui agora, nesse maldito apartamento minúsculo que mal cabe eu e o Mr. Bingles. E você é o filho da puta da história. Se eu to assim agora, nessa merda, acabando com a maldita bebida e o maldito cigarro barato, a culpa é sua. SÓ SUA. E não venha com essa de “você é uma vagabunda parasita que suga toda a energia das pessoas”. Eu não sou nada. Eu sou uma merda de um nada, ok?

Some mesmo. Continue fazendo o que você faz de melhor. Me deixa aqui e vai pro mundo como você sempre faz. É só isso que tu sabe fazer, né? É claro que é. Não dou a mínima. Não preciso e nunca precisei de você. Nem o Mr. Bingles te quer mais aqui. Não volta com esse seu maldito cheirinho de perfume barato de prostituta de esquina. Isso não é mais bem vindo aqui, tá? Você é só mais um filho da puta, que eu posso muito bem encontrar em qualquer bar de quinta aberto nas madrugadas. Existem milhões como você por aí.
Se mate, anda. Vai logo e não volta nunca mais, não me atormenta e não faça eu me sentir a vadia da história. Eu sou só a coitada da mocinha cuidando de um gato com diabetes. Some logo, sai da minha mente que eu não te quero mais aqui. Vai ser sempre assim?

Espero que você encontre alguma prostituta que te faça feliz, porque é claro que você teve que deixar bem claro pra mim em cada maldita briguinha que eu era uma droga que só te deixava infeliz. Então vai lá, ache alguém melhor agora. O que eu duvido que aconteça, porque você bem no fundo, apesar de tudo, sabe que nenhuma outra garotinha qualquer por aí vai saber ser a vadia que tu gosta como eu. Então some.


Só não esquece que eu te amo.

Labirintos, doutores do tempo, coelhos malucos, noites, cartas e eu.

É, você ganhou. Acho que eu vou ficar presa no labirinto durante todo o resto da minha existência. Não lhe culpo, você me deu as cartas, eu escolhi as de sempre. É minha escolha errar no jogo. Você não tem culpa de nada, nunca tem. É sempre questão das minhas apostas... sempre as mesmas. Portanto, não se martirize por me ver sem saída, atirando para todos os lados feito uma cega. São as minhas consequências.

Não sei se voltarei a ver o sol, ou o cheiro doce das flores daquele jardim perfeito que eu costumava frequentar, mas sabe, depois de um tempo a gente começa a se acostumar com a escuridão da noite e a lua atenta observando. Ambas lindas. Talvez eu até as prefira agora... talvez não, eu realmente as prefiro. Viraram as minhas mais fiéis companheiras. Noite e Lua. Combina perfeitamente comigo, não acha?

Sabe, eu já tomei as duas aspirinas restantes da gaveta... mas a dor não passa. Nunca passa. É ridículo tentar, isso é uma das minhas menores preocupações. Adoraria que fosse a única. Mas a questão é: se eu já tentei tantas outras mil, por que não agora? Ou não, sei lá. Talvez eu deva estar falando um bocado de coisas sem nexo algum.

Talvez?                                            
É bem provável. Mas pouco me importa agora. A única coisa que realmente me importa é falar, falar e falar. Falar pra Lua, pras Estrelas, pra Noite... elas me ouvem. Elas se importam. Você não tem ideia do quanto eu as amo. Isso é sério. Eu simplesmente adoro poder estar nesse exato local agora, nesse maldito labirinto onde não tem mais ninguém além de mim e delas. Estamos sozinhas. Eu posso gritar as milhões de verdades que eu guardei durante toda a partida, porque ninguém vai dar ouvidos mesmo. Ninguém além delas, e elas... ah, elas são boas ouvintes. Não me julgam, apenas ficam escutando, sem ter nada a dizer.

Mas se tem algo que eu queria era aquela maldita Tardis, pra ir uns 800 mil anos pro futuro e ver como as coisas estarão. Só dar uma olhadinha e voltar. Eu não fugiria de você, prometo. Sou curiosa, você sabe. A Tardis seria o presente perfeito pra mim, tá ouvindo, Doutor? Eu viajaria pelo tempo inteiro e depois voltaria, tomaria um chá com você e te contaria todas as minhas experiências absurdas fora do labirinto. Aí você me chamaria de louca, e eu lhe diria que as melhores pessoas são assim, como a Alice. Tudo seria como no país das maravilhas. O chá, o chapéu, o coelho e você. Ah é, e eu.

Às vezes eu acho que a minha amiga Noite é alucinógena. Olha só o que ela está fazendo: to falando um monte de besteiras que farão eu pensar que algum tipo de loucura aconteceu na minha mente amanhã. Mas não importa, né? Eu não vou ver o Sol mesmo, nem o Dia. A Noite vai me acolher de novo e de novo. Isso quer dizer que eu vou estar maluca pra sempre?

Eu to presa. Já tentei sair por todos os caminhos possíveis (pelo menos é o que eu acho) até agora. E NADA. Continuo aqui. Continuo sem ar, continuo sem a Tardis, continuo sem o chá e sem a Alice. Só eu. E a Noite. Nem você está mais aqui. Mas eu não queria mesmo. Você foi só um jogador pra apostar comigo, e eu perdi, então o meu destino é aqui para sempre. Vou tentar me conter e aceitar, está bem?

Não te prometo nada, se na próxima noite você me vir tentando fugir daqui mais uma vez, tente entender também. São os meus primeiros dias. É difícil. Me deixa tentar mais uma partida? Quem sabe eu escolha as cartas certas agora? Talvez eu vença e você fique me devendo algum favor, o que acha? Talvez a Tardis. É um bom prêmio. Sei que tu concordas comigo.

Vamos lá, mais uma única vez, não? Deixa eu gritar e me descabelar feito louca, chorar, depois rir e apostar nas cartas erradas de novo. Que merda. Eu nunca vou acertar? Eu sempre vou escolhe-las, e sabe por que? Porque eu sou a idiota e fraca daqui. Eu sou covarde, frágil e hipócrita. Eu não sei blefar nesses jogos. Ou não. Talvez é você quem não saiba e eu blefe o tempo todo e acabe me esquecendo. É, acho mais provável. Que droga.

Alice, segue o coelho e vem me tirar daqui, vem. O Labirinto do maldito Fauno tá acabando com as minhas forças.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Some people live, some people die

De repente bateu vontade de ouvir The heart never lies... aquela nossa música, sabe? A que você sempre disse que era boba demais pra nós dois. Eu sempre discordava... diz muito.
 
Talvez seja só uma desculpa estúpida pra idiota da minha mente anestesiar a dor de não te sentir aqui comigo. Não mais.

Não é fácil às vezes.  Se torna meio incômodo olhar pra estante e não ver mais as suas coisas ali. Não sinto mais seu cheiro no travesseiro, não vejo mais seus olhos no espelho.  Ah, seus olhos... talvez seja do que eu mais sinta falta. Tão lindos. São o meu conforto... lembrar de como me faziam bem,  sabe?  Ainda funciona.  O caos do mundo inteiro não é páreo  pra eles.

Volta pra mim.
Volta o teu perfume nas minhas roupas,  volta teu gosto na minha boca. Traz o seu abraço pra me acalmar, volta pra me fazer dormir quando estiver chovendo e eu ficar com medo dos relâmpagos. 
Só volta.