domingo, 3 de julho de 2011

Feche os olhos, sinta o amor.

Tornou-se então minha vida. Meu ar, meu chão, meu oxigênio. Ou sendo menos dramática: a dona dos meus pensamentos, dona do meu amor e portadora da minha paz. Mas tornou-se.

Tão inocentemente doce. Inconsciente. Linda. Por dentro e por fora, de todas as formas possíveis. A minha linda.

Moldada pra mim. Pra ninguém além de mim. A pele macia, o cheiro viciante, a língua doce. Ciumentinha. Boba, criança. Tudo o que há de bom. Sensível, frágil. Meiga. A paz que só ela sabia me dar.

Pegou-me nos braços. Abraçou-me. Fez carinho, eu sorri. Sorriu também. Até seu sorriso era doce. Ela era completamente doce. O mundo pareceu parar. Se morresse naquele instante, morreria feliz. Nos braços da minha protegida.

Doce. Instantaneamente doce. Sempre fora assim. Passei a mão por seu cabelo. Fechei os olhos. Talvez eu tenha ido às nuvens e voltado num segundo. Respirou fundo. Enterrou a cabeça em meu ombro esquerdo. “Eu te amo”, sussurrei. Ela riu. “Eu também te amo.”

Silêncio. Paz. Segurei em sua mão. Levei-a até o quarto. Ligou a música e deitou-se. Deitei ao seu lado. Aninhou-se nos meus braços. Ergueu a cabeça e beijou meu pescoço. Abaixou-a. Fechou os olhos. Beijei seu cabelo. Era a coisa mais bela dormindo. Paz. “Docinho”, sussurrei. Ela não ouviu. Não importava. Adormeci.

Tornou-se então minha vida.

(She – Elvis Costello)